Técnico do time feminino do Corinthians nega ligação de manifesto com contratação de Cuca
Técnico do time feminino do Corinthians nega ligação de manifesto com contratação de Cuca
Arthur Elias afirmou que o clube considera Cuca inocente no caso de estupro ocorrido em 1987,
Categorias: Grandes clubes de São Paulo
Por: Agência Estado, 24/04/2023
São Paulo, SP, 24 – Arthur Elias, técnico da equipe feminina de futebol do Corinthians, afirmou, nesta segunda-feira, que o manifesto “Respeita as Minas não é uma frase qualquer”, divulgado no domingo, não foi direcionado para criticar a contratação de Cuca para o time masculino.
“Acho que é importante colocar, explicar melhor para o nosso torcedor, para a sociedade, algo que ficou muito mal entendido. O grupo de atletas quis fazer um posicionamento sobre o tema, elas falam de maneira geral, se orgulham do que é vestir esta camisa do Corinthians, não foi nenhum tipo de manifesto, protesto, as meninas não personalizaram em nenhuma pessoa, não é na figura do Cuca, na figura do nosso presidente, só que há uma interpretação e foi muito mal interpretado tanto pela imprensa quanto pelos nossos torcedores, acho que isso tem que ser corrigido”, disse o treinador, antes do jogo contra o Internacional, pelo Campeonato Brasileiro Feminino.
Arthur Elias afirmou que o clube considera Cuca inocente no caso de estupro ocorrido em 1987, na Suíça, e ratificou a conversa entre o time feminino e o presidente Duílio Monteiro Alves. “Acho que a injustiça vem porque o clube contratou o Cuca, que é um treinador supervitorioso, experiente, um dos melhores que a gente tem no País. O Cuca se diz inocente, o clube investigou isso, teve esse cuidado, o Duilio conversou com as jogadores, conversou comigo também, houve um bate-papo muito importante nesse aspecto. Ficou claro que o clube não tem dúvida de que ele é inocente, o Cuca se diz inocente, algo que aconteceu muito tempo atrás.”
Cuca negou deixar o Corinthians
CONDENAÇÃO POR ESTUPRO
Em sua coletiva de apresentação, na última sexta-feira, Cuca se declarou inocente e afirmou que não teve participação no caso de estupro que ocorreu em 1987. Então jogador do Grêmio, ele foi detido em 1987 com os também atletas Eduardo Hamester, Henrique Etges e Fernando Castoldi, sob a acusação de “manter atos sexuais” com uma menina de 13 anos em um hotel em Berna, na Suíça.
Dois anos mais tarde, Cuca acabou condenado a 15 meses de prisão e ao pagamento de US$ 8 mil. Julgado à revelia e condenado, ele não cumpriu pena porque o caso prescreveu. Em depoimentos à época, a vítima narrou ter sido segurada à força pelos quatro jogadores do Grêmio. O processo está sob sigilo protegido pela lei de proteção de dados da Suíça.
Antes de contratar Cuca, Duílio Monteiro Alves, presidente do Corinthians, disse que pediu a opinião de várias pessoas dentro do clube, incluindo mulheres, como a diretora Cris Gambaré, do futebol feminino. Ela não compartilhou a nota publicada pelas atletas. O mandatário alvinegro também afirmou ter consultado os departamentos jurídico, de marketing e compliance da instituição e crê na inocência do treinador.
O técnico afirmou ser “totalmente inocente”, disse ter “vaga lembrança” do episódio, revelou arrependimento por ter falado pouco sobre o assunto e prometeu “passar por cima” dos protestos contra a sua contratação. “Sou totalmente inocente, não fiz nada. As pessoas falam que houve um estupro. Eu não fiz nada”, defendeu-se Cuca.