Rio apresenta Plano Verão 25/26 e totaliza R$ 5,4 bilhões em investimentos no preparo da cidade para os impactos das chuvas e do calor – Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro

A Prefeitura do Rio segue tendo a resiliência como meta de gestão pública e, para fortalecer a capacidade de resposta da cidade e ampliar a proteção da população frente aos desafios impostos pelas mudanças climáticas, continua fazendo investimentos na prevenção. O Plano Verão, apresentado nesta quinta-feira (23/10), totaliza R$ 5,4 bilhões em investimentos, desde 2021, no preparo da cidade para os impactos das chuvas e do calor. Desse total, R$ 2,8 bilhões fazem parte do Plano Verão 25/26, com investimentos em 151 obras em andamento ou em fase de contratação, que somam intervenções estruturantes nas cinco regiões da cidade. Antes, de 2021 a 2025, foram 392 obras realizadas, com R$2,6 bilhões de investimentos.

Entre as principais novas obras destacam-se a nova etapa do PAC Jardim Maravilha, o PAC da Bacia do Acari, estas duas os editais de licitação foram publicados na edição desta quinta-feira do Diário Oficial, e o PAC Realengo, cuja obra já está em andamento nas proximidades do Parque Realengo Susana Naspolini.

– É importante para a população estar informada. Aqui, nós reforçamos os protocolos de pronta resposta, de resiliência e atuação efetiva por parte dos diferentes órgãos da Prefeitura. Entre todas as obras que estamos realizando, três se destacam pela dimensão e pelo desafio: PAC Realengo, PAC Jardim Maravilha e PAC Acari. Essas regiões estão entre as mais sensíveis da cidade no momento de chuvas extremas. Mas já temos intervenções capazes de mitigar esses efeitos, como a dragagem do Rio Acari e a primeira fase do Jardim Maravilha com a urbanização. Em Realengo, já começamos as obras – afirmou o vice-prefeito do Rio, Eduardo Cavaliere, em entrevista coletiva no Centro de Operações e Resiliência (COR-Rio).

Nos últimos cinco anos, foi realizado o maior ciclo de investimentos em prevenção e resiliência climática da história recente da cidade. As intervenções abrangem desde 227 contenções de encostas — fundamentais para proteger áreas de risco — até 65 obras do programa Bairro Maravilha, que levaram urbanização e drenagem a diversas comunidades. Outras 99 obras de prevenção a alagamentos e infraestrutura complementar formam o conjunto de ações que reduziram vulnerabilidades e aumentaram a capacidade de resposta do Rio.

Os recursos também possibilitaram a modernização do COR, ampliando o monitoramento e a integração entre os órgãos municipais. O resultado é uma cidade mais preparada para enfrentar os desafios climáticos e urbanos, com obras que salvam vidas e constroem um futuro mais seguro e resiliente para todos os cariocas.

A transformação pode ser vista em ruas que antes alagavam e hoje são pavimentadas e drenadas; morros que tinham risco de deslizamento e agora contam com contenções seguras; e bairros inteiros que passaram a ter redes modernas de drenagem, calçamento e iluminação. Esses resultados não apenas comprovam a eficácia da política de resiliência da Prefeitura do Rio, mas também preparam o caminho para a nova fase do Plano Verão.

O futuro é o hoje: obras em andamento e novas frentes de investimento

O Plano Verão 25/26 consolida um pacote de obras em execução e previstas. Entre os destaques, o PAC Jardim Maravilha, na Zona Oeste, com R$ 340 milhões, é uma das maiores iniciativas de urbanização e drenagem já realizadas na cidade. Esta é a segunda fase de obras no local, que já recebeu modernização com a realização de uma etapa do programa Bairro Maravilha. Na vota etapa haverá um dique de 3,4 km e reservatórios abertos para conter o Rio Cabuçu-Piraquê.

O PAC Bacia do Acari, com R$ 368 milhões, levará melhorias significativas ao controle de enchentes e ao saneamento de áreas densamente povoadas da Zona Norte. Ao todo, nove bairros receberão obras que vão beneficiar 79 mil pessoas. Haverá também a intervenção em 3,8km do rio entre Jardim América e Acari, com um desassoreamento exclusivo para o Rio Acari.

No PAC Realengo, as obras já foram iniciadas e serão R$ 123 milhões destinados à infraestrutura no bairro. Serão cerca de 205 mil moradores beneficiados. Haverá um piscinão com capacidade para 20 milhões de litros, maior do que o da Praça da Bandeira.

Outros projetos importantes incluem o PAC Maré, com investimento de R$ 170 milhões na criação de um parque linear e obras de saneamento, infraestrutura e drenagem; e o PAC Grande Tijuca, de R$ 98,7 milhões, voltado à prevenção de alagamentos em áreas críticas, com a criação de um túnel para desviar as águas do Rio Maracanã, conectado ao desvio do Rio Joana.  Além disso, a Prefeitura do Rio anunciou no último fim de semana que fará a duplicação do Parque Realengo Susana Naspolini, que sairá de 76 para 150 mil m².

Pronta resposta

A gestão da pronta resposta para o Plano Verão 25/26 é coordenada por uma equipe multidisciplinar de 11.306 profissionais e 1.072 equipamentos, com um investimento operacional de R$ 186 milhões, envolvendo diversos órgãos municipais em uma atuação conjunta e estratégica.

COR e os protocolos de resiliência: tecnologia, dados e prevenção

O COR, que funciona 24 horas por dia, reúne tecnologia de ponta, radares meteorológicos, sistema de alerta de raios e um parque de 5,5 mil câmeras espalhadas pela cidade. O COR recebeu, recentemente, R$ 7 milhões de investimento na aquisição de um segundo radar meteorológico e R$ 38 milhões na expansão de sua estrutura física e tecnológica.

O COR é responsável por coordenar os estágios operacionais da cidade, que variam de 1 (normalidade) a 5 (ocorrências graves com impacto generalizado), e por manter atualizado o Protocolo de Enfrentamento ao Calor Extremo, referência inédita no Brasil.

Durante o verão de 2024/2025, o Rio registrou 45 dias de calor extremo, sendo 41 dias em nível 3 e quatro em nível 4, mas nenhum episódio de nível 5. Nesse período, as unidades de urgência e emergência registraram 24.820 atendimentos possivelmente relacionados ao calor. No último verão ao atendimentos nas unidades de saúde aumentaram em 21%, em médios, nos dias de calor extremo (3 e 4).

A relevância dessa iniciativa foi reconhecida internacionalmente: o Protocolo de Enfrentamento ao Calor Extremo do Rio de Janeiro tornou-se finalista do Prêmio Climático Bloomberg Philanthropies 2025, que será divulgado no próximo dia 4 de novembro, no MAM-Rio, durante o Fórum de Líderes Locais da COP30.

O Plano Verão 25/26 faz parte da estratégia de cidade resiliente que planeja, investe e age para enfrentar os desafios climáticos. Com infraestrutura moderna, tecnologia avançada e uma gestão integrada de prevenção e resposta, o município se tornou um modelo de resiliência urbana no Brasil.

Defesa Civil

A cidade do Rio foi a primeira do país a adotar um sistema de sirenes em comunidades. Atualmente, são 164 em 103 comunidades. A Defesa Civil também conta com 70 Núcleos de Proteção e Defesa Civil e 1.647 agentes comunitários e de vigilância em saúde, numa parceria com a Secretaria de Saúde. Eles são capacitados para atuar em situações de desastres.

Somente no ano passado, a Defesa Civil realizou 11 mil vistorias na cidade.

Rio-Águas

A Fundação Rio-Águas é responsável pela gestão e manutenção dos recursos hídricos e da infraestrutura de drenagem. As ações incluem a manutenção de 36,6 km de rios até setembro de 2025. Como pronta resposta, o órgão contará com 176 profissionais e 45 equipamentos.

De 2021 até setembro deste ano, a Rio-Águas retirou mais de 1,6 milhão de toneladas de resíduos dos rios da cidade, totalizando mais de 492 quilômetros que passaram por dragagem.

Na Avenida Brasil, a Rio-Águas implantou 70 ralos e mega ralos para combater alagamentos, em pontos mapeados pelo Centro de Operações, que apresentavam dificuldade de escoamento. Além de ralos tipo boca de lobo, foram implantados os conhecidos mega ralos que são equipamentos maiores ligados a redes de drenagem capazes de escoar grandes volumes. Os modelos usados contam com pisos drenantes que facilitam a infiltração da água da chuva.

Conservação

Durante o verão, a Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos contará com equipes de plantão 24h de domingo a domingo para manutenção e desobstrução da rede de drenagem.

As equipes estarão distribuídas estrategicamente em todas as áreas da cidade para combater eventuais alagamentos e bolsões d’água com caminhões conjugados. O pronto atendimento à população é realizado com a coordenação do Centro de Operações da Prefeitura e com as subprefeituras, que indicam os locais que precisam de desobstrução da rede.

Cabe destacar que a Secretaria de Conservação mantém uma rotina de manutenção e limpeza do sistema de drenagem de águas pluviais o ano inteiro.

A Conservação realizou, de janeiro a setembro de 2025, a limpeza de 40 mil caixas de ralo e 13 mil poços de visita, estruturas que fazem parte da rede de drenagem. No mesmo período, foram limpos 33 km de canaletas e valas.

A limpeza e desobstrução de todo o sistema de drenagem da cidade se estendeu por 773 km, e chegará a 914 km até o fim do ano. Das caixas de contenção em encostas de morros, foram retirados o equivalente a 137 caminhões de resíduos.

Oito passagens subterrâneas também recebem operação e manutenção dos sistemas de bombeamento para evitar alagamentos, como Mergulhões da Barra, Campo Grande, Praia de Botafogo e Clara Nunes, em Campinho; e Praça Marechal Âncora, no Centro do Rio.

Comlurb

A Comlurb vai mobilizar uma equipe de dez mil garis, com ações específicas como a Operação Praia Limpa, que contará com 1.200 profissionais focados na limpeza das orlas. A Operação Ralo Limpo é outra frente essencial, que já contabiliza 143 mil ralos limpos de janeiro a setembro, sendo 23 mil em pontos históricos de alagamentos mapeados pelo COR, garantindo o escoamento eficaz das águas pluviais.

O trabalho dedicado à poda de árvores apresenta um conjunto de ações estratégicas focadas no aumento da capacidade operacional e da eficiência na execução dos serviços. Para a temporada do Plano Verão 25/26 (entre novembro de 2025 e abril de 2026), será mobilizada uma equipe operacional disponível para pronta resposta composta por 400 garis, com 42 novos caminhões de poda.

As inovações planejadas, como o novo contrato de frota e a nova plataforma para poda, preveem um aumento de 30% no número de árvores manejadas em relação ao último verão, além da redução do tempo de resposta em casos de manejo em conflito com a rede elétrica.

RioLuz

O Plano de Contingência Verão 2025/26 da Rio Luz inclui o reforço estratégico da iluminação em postos-chave da cidade à remoção rápida de postes avariados para restabelecer a infraestrutura e o apoio constante com eletricistas para atendimento a emergências e suporte técnico em campo.

Para a execução dessas tarefas, a RioLuz mobiliza um total de 96 equipes de manutenção e emergência e 42 equipes dedicadas às comunidades, garantindo capilaridade no atendimento.

Meio ambiente

A Secretaria de Meio Ambiente e Clima conta com os programas Guardiões dos Rios e Guardiãs das Matas. No primeiro, 620 agentes atuam em 72 frentes de trabalho de conscientização de preservação dos rios. No segundo, são 130 agentes atuando em 35 comunidades.

Entre novembro deste ano e o início de 2026, estão previstos o plantio de 45 mil mudas e 2.200 árvores. Além disso, a secretaria trabalha na construção de bosques urbanos, uma iniciativa nova na cidade. Já foi implementado o Bosque do Samba, na Mangueira, um previsto para Ramos e outro em Campo Grande.

CET-Rio

A Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio (CET-Rio) é fundamental na gestão da mobilidade urbana durante o verão. A integração envolve 58 operadores de tráfego, 15 viaturas operacionais, 34 motocicletas, 23 reboques e 26 painéis de mensagens variáveis, que garantem a fluidez e a segurança no trânsito, especialmente em situações de emergência ou interdições.