Funjope reúne representantes do audiovisual para discutir proposta de arranjos produtivos
A Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope) realizou, nesta sexta-feira (15), uma reunião com a sociedade civil e entidades representativas do setor audiovisual da Capital. O objetivo foi discutir sobre a proposta para arranjos produtivos do setor que serão inscritos junto ao Ministério da Cultura (MinC). João Pessoa poderá atrair recursos na ordem de R$ 7,5 milhões.
O diretor executivo da Funjope, Marcus Alves, explicou que se reuniu com os representantes da cadeia produtiva do audiovisual de João Pessoa para um diálogo sobre a proposta da Fundação para os arranjos produtivos do audiovisual que serão inscritos junto ao Fundo Setorial do Audiovisual, do MinC.
“Trata-se de um procedimento aguardado e desejado por toda a comunidade de produtores e realizadores de cinema de João Pessoa. O MinC abriu essa janela de oportunidades para que todos os municípios e estados brasileiros possam apresentar suas propostas de trabalho. Então, nós vamos inscrever João Pessoa”, pontuou o diretor.
Marcus Alves também comentou sobre os valores. “Nossa proposta, e foi isso que discutimos com os representantes locais, é investir, por meio do Fundo, R$ 1,5 milhão para algumas linhas de trabalho ligadas à produção, circulação e formação no campo do audiovisual, sendo que, pela legislação atual, pelo projeto do governo federal, para cada real investido pelo município, o governo federal se compromete a investir cinco vezes. Então, nós teremos aí a possibilidade de atrair cerca de R$ 7,5 milhões para investir no audiovisual da cidade, que tem sido um grande sistema produtivo”, detalhou.
Ele lembrou ainda que a cidade tem uma tradição e uma história muito rica de realização de filmes nos diversos gêneros e categorias, e ressaltou que a equipe da Prefeitura de João Pessoa trabalha intensivamente para garantir esses recursos.
O chefe da Divisão de Audiovisual da Funjope, Paulo Roberto, destacou a importância de discutir o assunto. “Entendemos que o permanente diálogo com a sociedade civil organizada e as entidades representativas do setor audiovisual de João Pessoa é fundamental. Sendo assim, não seria diferente nesse momento, com a retomada dos arranjos regionais, com o qual temos um grande lastro de parceria firmada”, ressaltou.
Para Lúcio César Fernandes, membro da Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro – Paraíba (APAN-PB), a reunião foi muito positiva. “Do ponto de vista de perspectiva, eu fiquei bastante feliz porque achei uma reunião muito republicana, no sentido de que estavam presentes ali várias vozes do audiovisual. Sempre existe algo a ser aperfeiçoado e estamos no processo de construção dessa política audiovisual que, na Paraíba, ainda é muito incipiente. Mas, o gestor público que está à frente da Funjope acerta em abrir esse canal de conversação com o segmento audiovisual”, elogiou.
A expectativa, segundo ele, é que o projeto seja aprovado junto à Agência Nacional de Cinema (Ancine). “Que consiga trazer esse recurso que vai ser investido no segmento e na economia criativa. A perspectiva é bem positiva, afinal de contas, passamos vários anos sem uma ação por parte do governo federal”, acrescentou.
Marcel Vieira, representante do curso de Cinema da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), afirmou que a reunião foi uma oportunidade para os profissionais do audiovisual de João Pessoa discutirem conjuntamente os termos da proposta que a Funjope está fazendo para o edital de arranjos regionais junto com a Ancine e o Ministério da Cultura.
“Foi um momento importante de diálogo. O setor entende que é uma ação importante para o fortalecimento da cadeia produtiva do audiovisual. Costumeiramente, reforça a necessidade de ações permanentes, estruturantes para o desenvolvimento do setor e isso é importante para não ficarmos à mercê dos editais eventuais”, disse.
Ele acrescentou que foi também uma oportunidade de pensar estrategicamente para onde a política pública pode apontar no sentido do desenvolvimento qualificado. “Ou seja, quais são os eixos de investimento e as linhas de atuação que podem ser privilegiados nesse momento na melhoria das condições do próprio setor, considerando toda a cadeia, de desenvolvimento, de produção, de distribuição e comercialização das obras do audiovisual de João Pessoa”, concluiu.